(Alberto
Caeiro/Fernando Pessoa)
Falas de
civilização, e de não dever ser,
Ou de não
dever ser assim.
Dizes que
todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as
cousas humanas postas desta maneira.
Dizes que
se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que
se fossem como tu queres, seria melhor.
Escuto
sem te ouvir.
Para que
te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te
nada ficaria sabendo.
Se as
cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as
cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti
e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de
fazer felicidade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário