Soneto triste, estás desconfiado.
Com medo existe, estático do enfado.
Soneto triste, triste por encanto,
só descobriste o esquife por enquanto...
Soneto triste, agora detestado,
com medo insiste -
embora, noutro estado.
Soneto triste, apruma a voz, no entanto;
correto, ouviste as brumas do teu canto!
Mas esse urgente estado fugidio,
tão displicente, é pálido ruído,
sinceramente, esquálido e doído...
Eis o insurgente e herdado desafio
porque, convém tremer e, reconheço,
que o que contém tristeza é recomeço.
Gilberto de Almeida
20/05/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário