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quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Com Alberto, nos jardins de Keukenhof
Como estivesse passando aqueles dias de abril em Haia, na Holanda, em visita a um amigo, e a cidade de Lisse se situasse a pouco mais de meia hora de distância, decidi cumprir uma antiga promessa e levar Alberto para conhecer os jardins de Keukenhof.
Nada lhe disse eu, no entanto. Seria uma surpresa! Apenas o coloquei no bolso e partimos.
Somente quando já estava nas dependências dos jardins é que "libertei" o Alberto.
Era impressionante a diversidade de flores, aromas, cores, a beleza, a paz, a alegria e a serenidade do local. Um deslumbre criado pelas mãos humanas, mas que algo de divino havia de ter.
E eu, como sempre, claro, divaguei. Fiquei imaginando a humanidade como um imenso jardim de flores, com suas abençoadas e maravilhosas diferenças. Diferenças que deveriam formar um conjunto harmonioso, como o que eu tinha diante de mim...
E nesse momento é que me deparei com uma cena inusitada. Nem eu, nem ninguém, nem mesmo aqueles que já leram toda a obra poética de Fernando Pessoa, já se depararam com o Alberto assim:
- Ele não dizia nada. Chorava.
Gilberto de Almeida
03/10/2012
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