Um dia, quando chover de novo
e acabar a energida no meu bairro
e eu estiver sozinho à luz de velas,
eu não estarei sozinho à luz de velas.
E a poesia que verei
não será a folhagem que balança suavemente lá fora;
e a poesia que ouvirei
não será o gotejar da água que ainda procura seu curso
e a poesia que tocará meu corpo
não será a brisa que entra suave
e o gosto na minha boca
não será o gosto sem poesia do vento que venta lá de fora.
Nesse próximo dia, quando chover de novo
e o bairro estiver escuro,
haverá luz que vem de você.
O balançar dos seus cabelos,
o murmúrio carinhoso da sua voz,
o toque da sua alma
o gosto terno do seu beijo.
A poesia, então, seremos nós.
Gilberto de Almeida
28/10/2012
Gosto imenso da ideia que a poesia são os seres e não as palavras que formam versos. Mesmo assim, este texto é quase prosa, mas é poesia.
ResponderExcluirBonito sentimento!
Oi, Dulce. Obrigado. Adorei seu comentário.
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