Aquele que
pensava que
tinha
um carro,
uma casa,
um paletó,
uma guitarra,
uma pessoa querida,
dinheiro no banco,
um dia ficou
sem carro,
sem casa,
sem paletó,
sem guitarra,
sem uma pessoa querida,
sem dinheiro no banco.
E seu desespero foi ouvido
muito além de tudo isso,
porque ele
vivera para
seu carro,
sua casa,
seu paletó,
sua guitarra,
sua pessoa querida,
seu dinheiro no banco.
E, sem o que acreditava possuir,
ao contrário, compreendeu-se
possuído.
E agora chorava,
porque continuava a pertencer
ao que nunca teve.
Gilberto de Almeida
29/05/2014.
Oi Gilberto,não sei você também ficou sensibilizado com o que passou ontem em uma reportagem televisiva,mas acho que sim,pelas suas palavras.
ResponderExcluirEu fiquei muito triste e o que mais me tocou foi ver àquele trator derrubando as casas feitas em pedaços de papelões e madeiras e mais ainda quando um menino mais ou menos com a idade de meu neto(6anos)chorava muito dizendo que não deseja morrer.
É muito triste,esse é o País em que vivemos,muitos ganham fortunas e outros vivem como pedintes nas ruas,dormindo embaixo de árvores ou dentro dessas casas,que com apenas um sopro vem ao chão.
Lindo texto.
Bjs,muita luz e um ótimo final de semana.
Carmen Lúcia.
Olá, Carmen.
ExcluirAinda chegará o dia em que a caridade será o modo natural de ser dos seres humanos em todos os níveis da sociedade e episódios como esse ao qual você se referiu deixarão de acontecer.
Por enquanto, meu grande esforço tem sido o de tentar superar minha enorme imperfeição, com um olhar muito complacente sobre as atitudes daqueles que também lutam nesse mundo difícil!
Muito obrigado pelo seu comentário. Luz e paz.
Gilberto,
ResponderExcluirLembrou-me de uma canção em francês : "J'ai pris les choses et les choses m'ont pris" (Peguei as coisas e as coisas me pegaram).
É isso mesmo, não é? Afinal, nada somos se não vivemos para o que está dentro de nós... tudo o resto, é artifício...
Adorei!
Abraços!
Dulce
https://www.youtube.com/watch?v=7oNV2KIhYko
É bem isso, Dulce. Damos às coisas do mundo material um poder sobre nós que só existe porque o concedemos. Assim, somos prisioneiros do que desejamos. Um grande abraço.
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