(Mariana Nagano)
Desesperada,
cheguei ao cume
dessa montanha
do meu ciúme!
E na escalada,
a imensa dor
que então me arranha
os fracos dedos
vê meu amor
quando escorrega
por entre os medos!
Mas não sou cega;
mirando abaixo,
distante vejo
pequeno faixo:
e a luz me invade
- felicidade
de um doce beijo!
Mas na descida
rumando à morte
(não sei seus planos!)
ele me diz
para ser forte,
quiçá feliz,
porque esta vida
é só de enganos!
Enganos? Quais?
Pergunto, aflita!
Ele se agita
e vai dizer...
- não pode mais,
pois vai morrer!
Mas não morreu:
- um forte ramo,
logo o sustenta!
E já que vive
lá no declive,
tenta dizer:
- que desatenta!
Não percebeu?
o engano é o teu,
porque eu te amo...
E então, ferida,
respondo: - amém...
Mas não me escuta,
perdeu a luta;
triste partida:
- não mais ninguém!
Que vida estranha:
- Nada se ganha!
Cheguei ao cume
dessa montanha
do meu ciúme!
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