O martelar no casco, da marola,
o espleche-espleche - o baque do oceano -
é como sonda, o mar, o ser humano,
na imensidão que agasta e que desola.
Mas canta, ao som do vento, um rapazola
o canto de pungente desengano.
E em seu cantar sombrio, triste e profano,
o canto de pungente desengano.
E em seu cantar sombrio, triste e profano,
transborda amor na dor que cantarola!
E, enquanto, ao navegar, se distancia,
e a proa destemida o mar rendilha,
entrega-se, alma aflita, à nostalgia
entrega-se, alma aflita, à nostalgia
pois ama o mar, mas - mais ! - ama a família!
Por isso voz interna o desafia:
- Retorna ao teu amor! Volta a Sicília!
Gilberto de Almeida
18/09/2012
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