O amarelo
nada mais é que o verde,
com mais luz.
O branco
nada mais é que o preto,
com mais luz.
A espuma tranquila que chega à praia
nada mais é que a força implacável das ondas,
com mais luz.
O aveludado
nada mais é que o áspero
com mais luz.
O silêncio
nada mais é que a gritaria e a algazarra,
com mais luz.
A doçura, a ternura e o perdão
nada mais são que a amargura, a aspereza e o rancor,
com mais luz
A humildade, a abnegação e a caridade
nada mais são que o orgulho e o egoísmo,
com mais luz.
Então, o amanhã
nada mais será que hoje,
com mais luz.
E deverá haver um dia em que a luz será tanta que me cegará!
E a cegueira
nada mais será do que a minha visão de hoje,
com mais luz.
Gilberto de Almeida
22/11/2012
Uma poesia iluminada e cheia de sabedoria.
ResponderExcluirObrigado, Rosangela. Mas é exagero. Vou te contar um segredo, se você prometer não contar a ninguém: esse poema surgiu de um fato absolutamente banal. Eu estava dirigindo para o trabalho e vi que, quando o sol incidia sobre as folhas verdes de algumas árvores no caminho, essas folhas pareciam amarelas. Aí, pronto: fui imaginando a luz incidir sobre outras coisas, e deu nisso! Segredinho!
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ResponderExcluirBeleza, tudo com mais luz nos desperta para o pensamento
as vezes em trevas......sisoyyo.
Obrigado, Sandra. Esse poema surgiu do nada e se transformou nisso que aí está. É um daqueles que eu escrevi e quando terminei, pensei: gostei!
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