O meu desejo
neste natal
é o seu amor.
Mas não desejo que me ame.
Desejo o seu amor, sim,
mas que você ame a quem lhe compartilha a existência,
sobretudo a quem parece mais difícil de amar.
Desejo o seu amor
para o parente ou o amigo desagradável, impertinente;
para o amigo egoísta, que se acha mais importante que os demais;
para o conhecido alcoólatra, que magoa a tantos durante a sua embriaguês;
para o filho malcriado;
para o filho que o afronta e ofende e que parece ter esquecido o que é amor filial;
para a mãe acamada e desorientada que destrata quem só deseja ajudá-la;
para o marido ou esposa fúteis, irresponsáveis,
irritantes, desagradáveis e, mesmo, violentos;
para aquele que o trai;
para quem fala pelas costas;
para quem deve e não paga;
para o vizinho petulante;
para o chefe arrogante e desumano;
para o colega de trabalho traiçoeiro;
para o subordinado indolente...
E também para
quem fura a fila;
quem não cumprimenta;
quem não ajuda na cozinha;
quem diz impropérios no trânsito;
quem esquece o seu aniversário;
quem come de boca aberta;
quem não te dá valor;
quem ronca;
quem só sabe falar mal!
Porque amar o bonzinho,
o correto,
aquele que só nos dá motivos para amá-lo...
...isso é muito fácil
e não cura o mundo.
O que cura o mundo
é tratar todos os doentes da alma que nele vivem!
E doente da alma
não se trata com intolerância;
Doente da alma
se trata com amor.
E porque em cada natal
sempre tenho a pretensão de querer curar o mundo,
o meu desejo
neste natal
é o seu amor.
Gilberto de Almeida
15/11/2016
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