Quando a água concluiu
seu trajeto delicado,
já dispersa no macio
ondular do mar salgado,
surge um vácuo. Este vazio
é o trabalho terminado.
O poema é como rio,
que só existe, inacabado.
Quando a obra se completa,
tudo muda num segundo;
como filha predileta
de um desvelo moribundo,
morre a ideia do poeta
e um poema vem ao mundo.
Gilberto de Almeida
10/10/2019
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