José Gilberto Tristão de Almeida
(data desconhecida)
Maria,
de graça e de encantamentos formada,
teu riso
é o abraço dos olhos que beijo,
teus olhos,
perfumes das faces rosadas,
teu corpo
a fremir é o gracioso desejo
que mal
se disfarça nos lábios vermelhos.
Tua
alma é o unguento de terna pureza
com que
me perfumo de amar-te e querer-te.
O amor,
em teus olhos, é doce estranheza
de lentos
mistérios curvados, rezando
a maga
oração de indizível beleza.
A doce
ternura, suave aconchego
com que
a timidez se despede nos beijos,
as líricas
frases, os castos delírios,
as
vozes unidas no ternos arpejos,
são taças
abertas, fragrâncias de lírios,
de trêmulos
lírios de orvalho banhados
qual lágrimas
puras que choras por mim?
Enxergo
em teus olhos, suave Maria,
sorriso
de luzes que em ti se irradia,
que és
toda ternura, porque amas assim.
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