Há certo encantamento que assinala
o verso cuja rima, se imperfeita,
de doce suavidade lhe permeia
as dobras do compasso em que se pauta.
É como o som mirífico de harpa
tecendo gentilmente uma resenha
de luzes em vestido de princesa.
É traço despojado que realça.
É como se a brandura dessa rima
criasse a seu redor, hialina orla;
é como se, enfrentando a disciplina
com tanta ingenuidade, qual quem ora
tornasse mais poética e festiva
que a regra, a poesia, que é o que importa.
Gilberto de Almeida
29/06/2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário