A concepção divina, a chama do infinito
herdeira do universo, impávida e serena,
mergulha na matéria e logo se apequena.
De filha do absoluto, esplêndido e irrestrito,
transforma-se em mesquinha estátua de granito.
É vaso quebradiço; agora é mais terrena
que a terra em que, exilada, amarga estranha pena;
é imagem do esquecido, esquálido e proscrito.
No entanto, traz no seio excelsa assinatura.
Embora entorpecido em grande esquecimento;
embora distraído, em busca de aventura,
aos poucos recupera o senso e, então, atento
à voz que traz no peito, o Espírito procura
a Suave Luz Paterna e cessa o sofrimento.
Gilberto de Almeida
17/11/2019
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