De anadema, a prostituta
na labuta nada amena
de pequena, sempre à luta
não refuta, sempre acena!
Todavia, seu destino
quase equino, todo dia
não seria tão ferino;
eu atino: - não devia!
Não tivesse o pai fumado,
desregrado, o que pudesse
e uma prece, Deus amado,
de bom grado, concedesse
sua vida, sua febre
desintegre, esvanecida,
resumida a um casebre
era alegre, era mais vida!
Se o seu pai, denso e abrasivo,
seu altivo Samurai
que hoje a trai, pois foi esquivo,
fosse vivo, oh! Deus, ai ai...
Já não era, por mais nada,
atirada à besta-fera!
Quem lhe dera ser poupada
nessa estrada tão severa!
Sem querer é o pai lembrado,
de malgrado - odioso ser:
é por ter a si matado
e a levado a se vender!
Gilberto de Almeida
29/01/2013
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