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domingo, 30 de junho de 2013

Cenas em um Shopping - XXXIV



No restaurante, a senhora de tailleur preto!
("tailluer", é assim que se escreve?)

- Por favor,
(começou bem)

- e acenou com o dedinho para a garçonete -
(iiiiih....) -

você tem que
(agora estava sendo imperativa e decisiva! Será que a garçonete tinha mesmo que?)

limpar isso aqui!
(não me parecia a função da garçonete)

O dedinho de novo, dessa vez apontado para o chão!
(porque será que detesto tanto os dedinhos apontando? De fato havia um pequeno acúmulo de substância oleosa no chão)

Eu
(o ego!)

quase que caio!
(por quê não caiu? Meu lado mau!)

Minutos depois veio outra moça, vestindo um uniforme branco,
("uniforme" eu sei como se escreve. E gosto mais de branco que de preto!)

olhos entristecidos, como se guardasse no peito a amargura do mundo, agachou-se e ali, ao nível do chão, começou a limpar, humildemente.
(seus olhos se encontraram com os meus e a amargura do mundo, então, mudou de peito!)

A senhora do tailleur preto, comia, indiferente. Junto a ela, seu acompanhante, um senhor de ar respeitável, sorria!
(zebras e leões!)

Gilberto de Almeida
30/06/2013



sábado, 29 de junho de 2013

Haicai e flores - XXXI


Já sei por que vale a
descida para esta vida:
- porque existe a Dália!

Gilberto de Almeida
29/06/2013


Reviver - XI


Gilberto de Almeida 
29/06/2013



Reviver - X


Só mais um dia:
- foi-se a semana;

Mais uma semana:
- foi-se o mês;

Só mais um mês;
- foi-se o ano;

Mais um ano:
- foi-se a vida;

Foi-se a vida:
- reviver!

Gilberto de Almeida
29/06/2013


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Mortalha

(Mariana Nagano)


Entalhando o amor
o cavalheiro
prossegue
a obra.

Um pouco sobra
por onde for.

Seu amor talha
o corpo inteiro...
Depois sossegue
a cobra.

Meio rameira
eu tenho a prova:
Esta mortalha
vai da fogueira
à cova.


Poder Destrutivo

(Juliana Landim)

Vi na TV
a violência confinada,
de um lado, nos uniformes, nos cuturnos, nos capacetes,
de outro, na impotência do cidadão inconformado!

Vi na TV
a violência explodindo
um carro
e coquetéis molotov!

A violência transbordou dos confins do homem
(de onde nunca deveria ter saído!)
e exibiu idiotas ensandecidos travestidos de manifestantes
destruindo o país
em escala menor
que a destruição que fingem combater!

Vejo o pequeno estrago (pequeno?):
- Um incêndio aqui,
uma vitrine quebrada acolá...

E se a um energúmeno desses
é dado o poder
político
- o voto -
para destruir em maior escala?


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Dois haicais para dois anjos


I

Em minha família,
um dia nasceu um anjo
que eu chamo de filha;

II

depois, novo brilho,
de novo, da angelitude:
- Deus trouxe-me um filho!

Gilberto de Almeida
27/07/2013


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Um haicai apertado


O pouco que faço...
Procuro sair do escuro,
da falta de espaço...

Gilberto de Almeida
26/06/2013


Vandalismo-Abismo


Gilberto de Almeida
26/06/2013


Oração


(Vicente Galeano)

Se a angústia - a dor da vida, que nos testa -
oprime e a resistência desafia;
se esconde, a desventura, a luz do dia
nas sombras da tristeza mais funesta...

Se, em nossos dias, nada mais nos resta,
nem temos quem nos ame ou nos sorria;
se a estrada pela frente é tão sombria
que a simples trajetória nos molesta,

ainda assim poupemos à revolta
o nosso já sofrido coração,
pois Deus, a cada passo, nos escolta

aos dias redentores que virão
e a harmonia, à vida, traz de volta,

de quem, humilde, a pede em oração!



Poema com Gabaritos - IX


Gilberto de Almeida
26/06/2013



terça-feira, 25 de junho de 2013

Paz no futuro


Gilberto de Almeida
26/06/2013



Vandalismo

Em meio à paz,
o vandalismo,
meu Deus, jamais!

Por isso, cismo:
- condeno tais
"nacionalismos"!

Sabe o que mais?
- Se consentimos,
somos iguais!

Gilberto de Almeida
25/06/2013


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Brasilendo - II


Gilberto de Almeida
24/06/2013


domingo, 23 de junho de 2013

sábado, 22 de junho de 2013

Brasilendo


Gilberto de Almeida
22/06/2013



sexta-feira, 21 de junho de 2013

O início


E de repente
a política
- a lítica -
de gabinete,
nebulosa,
treme.

E a política
- a poli,
a ética,
das multidões -
eclode
e floresce
pacífica
no asfalto!

E, pasmo,
vejo
o coletivo surgir
do singular.

Vejo
dois milhões de indivíduos,
sem partido,
escolhendo fazer democracia
por meios que o mundo
ainda não viu!

Vejo o inédito a desfilar
para temor e júbilo
dos que vivem
na pauta do formalismo instituído!


Gilberto de Almeida 
21/06/2013


Haicai e flores - XXX


O encanto da lua
protege a Vitória Régia...
Amor que flutua...

Gilberto de Almeida
21/06/2013



quinta-feira, 20 de junho de 2013

Panis et circenses


(Mariana Nagano)

Em "Terra Brasilis",
que importa onde fores
até que desfiles
dos lares às ruas?

Que importa essa filha
e as dores
que são tuas?

Que importa que penses,
se há "Panis Família"
et "Copa Circenses"!


Parafraseando Gandhi


Gilberto de Almeida
20/06/2013



quarta-feira, 19 de junho de 2013

Haicai e flores - XXIX


Os poros da pele, a
lembrança suave alcança...
Ternura e Camélia.

Gilberto de Almeida
19/06/2013



terça-feira, 18 de junho de 2013

A paz


A harmonia,
a paz concebe.

A convivência,
a paz permite.

A caminhada,
a paz refresca.

A liberdade,
a paz completa.

A diferença,
apaziguá-la.

Gilberto de Almeida
17/06/2013


domingo, 16 de junho de 2013

Quiquera


Empranto redisperto dociturno,
destratomundo, cólume, prolado...
Inquantum desintendo, mesclafurno
intólido, despero; altur, desvado.

Empranto viramundo, ensim repurno,
poupenso altercimento, miscarado.
Intanto sopimento noiteoturno,
respero, cabisfora, desajado. 

Masbém, sessachas tolca cabisdenta,
topeço returnado porquatrudo
quervejas, nadadoura, notinventa!

Secreces quedamorte podretudo,
reponse pratilera luzacenta:
- Quiquera quedamorte amortemudo?

Gilberto de Almeida
14/06/2013

Entenda melhor este poema vendo a publicação original no "Tubo de Ensaio"


Cenas em um shopping - XXXIII


Voz de criança
ao longe, brincando...
caixinha de música!

Gilberto de Almeida
16/06/2013


Palavras-centauro


Alguém pode me explignificar o que são "Palavras-Centauro"?

Gilberto de Almeida
16/06/2013



Convite a uma transição pacífica


Gilberto de Almeida
16/06/2013



quinta-feira, 13 de junho de 2013

Paz no lar

(Vicente Galeano)

A paz no lar é o fruto da harmonia
que as almas benfazejas, com ternura,
semeiam, luminosas, todo dia,
qual bálsamo que alenta, acalma e cura.

As dores, porventura, que sofria
o irmão que se perdeu na noite escura
sucumbem ao poder dessa energia
que envolve, a paz do lar, a quem procura.

Tal paz é porto firme ao qual se ancora
a nau que foi na vida abalroada
e clama por socorro a qualquer hora.

É o porto de união, doce pousada,
tranqüilo ancoradouro, d'onde aflora
perdão, acolhimento e amor... mais nada!

Vai ver, sou sereia!


(Mariana Nagano)

Vai ver sou sereia:
- lance o anzol,
que é prático!

Serás minha ceia
sob o lençol
freático!


Aveludado


(Mariana Nagano)

Ao vê-lo dado
aos meus carinhos
entusiasmou-se
o meu colinho
um bocadinho
aveludado!


Poema com Gabaritos - VIII


Gilberto de Almeida
13/06/2013



Herança do tabaco

O avô fumava,
o pai fumou,
também o filho
no mesmo trilho
assim morreu.

Mais nada sou,
Mais nada é meu -
a coisa é brava!

Sobrou um neto...
O horror completo
vem do tabaco
e agora o alcança.

Tudo é defunto
colhendo junto
a triste herança
no mesmo saco.

Gilberto de Almeida
13/06/2013


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Namorados


Gilberto de Almeida
12/06/2013



Poema com Gabaritos - VII


Gilberto de Almeida
12/06/2013



No amor a dois

No amor a dois,
nesse amor há dores.
Nesse amor há dois
namoradores.

Gilberto de Almeida
12/06/2013


Linguagem "lingerie"

Falando em linguagem bem "lingerie",
entre calcinha e "soutien",
muito mais ser o segundo,
somente por estar mais perto
do coração!

Gilberto de Almeida
12/06/2013


domingo, 9 de junho de 2013

Haicai e flores - XXVIII


Espero (e pressinto)
que agrade a amabilidade
do frágil Jacinto...

Gilberto de Almeida
09/06/2013


sábado, 8 de junho de 2013

Pensamento de princesa


=====================================
Ôpa! Só é meu quem é o sapo!
=====================================

Gilberto de Almeida
08/06/2013


sexta-feira, 7 de junho de 2013

É d' Ele

================================
Ele deu! É d' Ele...
...e faz arte e traz a fé!
================================

Gilberto de Almeida
07/06/2013


Haicai e flores - XXVII


Talvez, caso aceite,
receba este amor e o beba
num Copo-de-Leite...

Gilberto de Almeida
07/06/2013


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Poema com Gabaritos - VI


Gilberto de Almeida
06/06/2013



quarta-feira, 5 de junho de 2013

Onde não há o amor


Gilberto de Almeida
05/06/2013



O Guardador de Rebanhos - XXII

(Alberto Caeiro/Fernando Pessoa)

Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos.
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...

Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?

Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...


Dizendo a Deus

Eu sinto o tempo... passa...
e vivo a sensação
de ser proscrito,

pois tenho essa carcaça
que os vermes roerão
ao infinito,

mas ergo a Deus a taça
da minha redenção...
- Já não hesito!

Gilberto de Almeida
05/06/2013



Mais três poemetos crônicos

I

Enquanto eu desentrenhava

na estação
lotada,
o sujeito de trás
e sua mochila
pareciam ignorar a lei
da impenetrabilidade da matéria
e se esforçavam por me atravessar.

Eu, por minha vez,
me esforcei por não esquecer as outras leis,
como a lei do amor
e da benevolência.

Quase não consegui.

Mas quando o rapaz já seguia a alguns metros de distância
(não me lembro bem se me atravessou ou não!)
consegui libertar-me
dessa influência desastrosa do toma-lá-dá-cá
e desejar-lhe um dia feliz!

Depois me peguei pensando
sobre as influências a que estamos sujeitos
sem perceber
e que contrariam o nosso íntimo.

E pensei também em quantas vezes seria proveitoso
ignorá-las.

II

E  no outro sentido vinha um jovem a ajeitar as costeletas

refletidas no telefone celular!

III

Noutro dia, a moça da bilheteria era um rapaz.
Sem perceber eu tinha criado o hábito de dar bom dia.
Ele sorriu.
E eu fui me acostumando.

Gilberto de Almeida
05/06/2013

Carinha feliz


Sorrir é bom
e é fácil.

Dois pontos, hífen e "Dê" maiúsculo!

Melhor ainda fazer isso frente a frente.

Para quem tiver a oportunidade,
recomendo!

Gilberto de Almeida
06/05/2013


terça-feira, 4 de junho de 2013

Eu, Alberto e o trabalho!

Há algum tempo não trago o Alberto comigo,
nem no bolso,
nem no pensamento.

Na verdade eu havia perdido o Alberto,
mas neste sábado o encontrei.
Ele estava perdido numa mala de viagem.

Aproveitamos para matar a saudade, coisa e tal.

Depois ficou um vazio, um silêncio
(o Alberto e o silêncio mantêm uma inabalável intimidade!)...

Aproveitei e lhe contei:

na sexta-feira, 
exatamente após um feriado e antes do fim-de-semana,
estava eu lá pelas últimas horas da tarde,
no final do expediente,
clínica médica vazia,
um aroma de tédio vagando pelos corredores,
como eu próprio.

E nesses corredores vazios encontrei alguém que me disse:
- Está quase terminando, heim, Doutor?

Apenas concordei. Sim, o expediente estava terminando.
Entre um feriado o o final de semana, um período de trabalho, e já estava quase no fim!
Não custava nada aguardar com paciência aqueles poucos minutos que restavam!

Mas depois, quando a cabeça estava ainda mais vazia,
mais vazia tanto de trabalho quanto de utilidade, 
pensei:

"Ah, que bom seria se o expediente da vida toda
também estivesse para se encerrar...
Que bom seria se este aroma de tédio também estivesse no seu ocaso,
que bom se o sábado - esse esperado despertar de nova vida -
também estivesse a algumas horas de distância!"

Foi nesse instante que o Alberto, com sua costumeira singeleza, interrompeu meu devaneio:

"- Por que você não para com essa história de ficar pensando?
Você deveria pensar menos e trabalhar mais!
Quando a gente trabalha, o tempo passa mais depressa!"

E dessa vez tive que concordar com o Alberto.

Bora lá trabalhar, então!

Gilberto de Almeida
03/06/2013



sábado, 1 de junho de 2013

Tudo o que vejo


Gilberto de Almeida
01/06/2013


Haicai e flores - XXVI


Brinco-de-Princesa!
E brinda-se à flor que ainda
brinca de princesa...

Gilberto de Almeida
01/06/2013