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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Eu, Alberto e a nuvem

Esta manhã o Alberto entrou no meu pensamento
quando eu vi uma nuvem
no formato de um crocodilo,
só que de um crocodilo
do gênero Gavialis.

Já vi muitas nuvens na minha vida,
a maioria sem formato algum.

E vi nuvens com forma de cachorro, de porco, de urso, de rinoceronte
e até de crocodilo, também,
porém nenhuma eu tinha visto antes
no formato de um crocodilo do gênero Gavialis,
aqueles do focinho finíssimo
que mais parece um bico comprido.

Mas se fosse somente isso, não teria significado
e de nada serviria;
em nada mudaria o meu dia!
A verdade verdadeira daquela nuvem
é que ela estava em paz
e era mais bonita do que as outras.

E eu pensei então
que aquela paz
e aquela beleza
eram somente porque a nuvem se bastava a si própria
e não tinha expectativa;

dali a um minuto poderia não mais ser um crocodilo;
poderia ser uma cobra
ou um cavalo!

Então tive certeza
de que aquela paz
e aquela beleza
eram somente porque a nuvem se bastava a si própria
e não tinha expectativa;

nada ansiava, nada queria do mundo,
não necessitava de atenção ou de afeto,
nem se importava com isso,
não pensava em amores improváveis ou impossíveis
e algum dia
choveria.

Gilberto de Almeida
13/02/2013


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