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domingo, 10 de março de 2013

Numa fotografia




















Quando olhei para aquela foto,
lançou-se do nada até mim,
talvez por controle remoto,
a seta atroz dum Querubim!

Não vi donde vinha, mas, pronto,
arrastou-me ali para dentro
meio lúcido, meio tonto,
nas asas da força do vento!

Na cena da fotografia,
meu coração, entorpecido,
foi despertado enquanto via
o mundo, num outro tecido!

Atento, ele, então, percebeu
aquele cenário sereno
pintado em matizes de breu
e em tênue tom de caroteno.

Mas tanta calma... Algo há de errado!
Algo de estranho em tal cenário!
Nenhuma pessoa a meu lado:
- mais um coração solitário!

E o coração, assim, de espanto
tomado, por fim, se defronta
com a verdade, com o quanto
fora só, mas sem se dar conta!

Foi preciso entrar noutro mundo,
para notar com nitidez
que lá, donde eu era oriundo
deixava escapar minha vez!

Foi então que, ousado, pedi
que o Querubim me desse um passe
que me transportasse dali
ao coração de quem me amasse...

Gilberto de Almeida
10/03/2013


4 comentários:

  1. Maravilhoso poeta, amigo Gilberto!
    Fogem todas as palavras de mim... resta a emoção...

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  2. Boa tarde Poeta, a Dulce tem razão.
    As palavras fogem, voce me deixa sem
    ação, o que dizer de tão linda emoção
    descrita e passada para nós, com tanta
    simplicidade e carinho. Muito obrigada.
    Continue a me visitar, ok?? Bjs.
    Sisoyyo...

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