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terça-feira, 4 de junho de 2013

Eu, Alberto e o trabalho!

Há algum tempo não trago o Alberto comigo,
nem no bolso,
nem no pensamento.

Na verdade eu havia perdido o Alberto,
mas neste sábado o encontrei.
Ele estava perdido numa mala de viagem.

Aproveitamos para matar a saudade, coisa e tal.

Depois ficou um vazio, um silêncio
(o Alberto e o silêncio mantêm uma inabalável intimidade!)...

Aproveitei e lhe contei:

na sexta-feira, 
exatamente após um feriado e antes do fim-de-semana,
estava eu lá pelas últimas horas da tarde,
no final do expediente,
clínica médica vazia,
um aroma de tédio vagando pelos corredores,
como eu próprio.

E nesses corredores vazios encontrei alguém que me disse:
- Está quase terminando, heim, Doutor?

Apenas concordei. Sim, o expediente estava terminando.
Entre um feriado o o final de semana, um período de trabalho, e já estava quase no fim!
Não custava nada aguardar com paciência aqueles poucos minutos que restavam!

Mas depois, quando a cabeça estava ainda mais vazia,
mais vazia tanto de trabalho quanto de utilidade, 
pensei:

"Ah, que bom seria se o expediente da vida toda
também estivesse para se encerrar...
Que bom seria se este aroma de tédio também estivesse no seu ocaso,
que bom se o sábado - esse esperado despertar de nova vida -
também estivesse a algumas horas de distância!"

Foi nesse instante que o Alberto, com sua costumeira singeleza, interrompeu meu devaneio:

"- Por que você não para com essa história de ficar pensando?
Você deveria pensar menos e trabalhar mais!
Quando a gente trabalha, o tempo passa mais depressa!"

E dessa vez tive que concordar com o Alberto.

Bora lá trabalhar, então!

Gilberto de Almeida
03/06/2013



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