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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Abandono da Alma

Há muito, muito tempo foi-se embora
aquele que morou dentro de mim.
Sem pressa, sem aviso, foi assim,
em triste e categórica demora

que foi-se, e falta faz ainda agora...
Partiu. Deixei morrer. Não intervim.
A ausência que causou e causa, enfim,
a angústia que, em silêncio, me devora,

a voz que anima, acalma e que tempera,
a força, o acreditar (já me esqueci!),
e um otimismo tal que, quem me dera,

pudesse estar com ele ainda aqui...
Mas é passado: eu sei que o “eu” que eu era
se foi. Mas ainda o escuto por aí.

Gilberto de Almeida
12/04/2012




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