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domingo, 6 de maio de 2012

Um soneto chamado “Odeon”


(Dedicado a minha mãe)

Você bem sabe, mãe, que eu não queria
arrebatá-la aos braços da Unidade
que, a quem merece, aos poucos, toca e invade
as fibras d'alma, em terna sintonia.

Naquele instante, eu pouco percebia
a rádio, absorto em calma intimidade.
Porém, alheio ao transe da cidade,
reconheci, saudoso, a melodia.

Quando ela, então, soou, era o destino
(acordes que escutara, de menino,
no dedilhar do piano, o amado som):

meu coração mal pôde, em seu anseio,
confiar, querida mãe, que você veio
na acústica nostálgica do “Odeon”...

Gilberto de Almeida
06/05/2012

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