(Dedicado a minha mãe)
Você bem sabe, mãe, que
eu não queria
arrebatá-la aos braços da Unidade
que, a quem merece, aos poucos, toca e invade
as fibras d'alma, em terna sintonia.
Naquele instante, eu pouco percebia
a rádio, absorto em calma intimidade.
Porém, alheio ao transe da cidade,
reconheci, saudoso, a melodia.
Quando ela, então, soou,
era o destino
(acordes que escutara, de
menino,
no dedilhar do piano, o amado
som):
meu coração mal pôde, em
seu anseio,
confiar, querida mãe, que você veio
na acústica nostálgica do “Odeon”...
Gilberto de Almeida
06/05/2012
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