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sexta-feira, 8 de março de 2013

Mulher Nua



















Agora, com a experiência dos meus cinquenta anos,
o que faço se desejo conhecer uma mulher é, antes de tudo,
despi-la

de todos os seus acessórios.

Os primeiros que desaparecem são os óculos escuros! É claro!

A seguir, os colares, gargantilhas, brincos, pulseiras, 
alianças, anéis, broches e tornozeleiras!

E lá se vão os sapatos!

Chapéus, tiaras, anademas 
e todos os acessórios para a cabeça  e para os cabelos
ficam pelos
cantos.

Depois, mesmo que esteja ótima,
livro-lhe das roupas
e das íntimas,
até das últimas!

Tiro-lhe o batom
como se fosse com um beijo
(mas isso é só desejo...)!
E removo a miragem
junto com a maquiagem:

- base, "blush", sombras, rímel, esmalte e cílios
postiços.

E assim, 
querendo me convencer de que falta pouco, 
dou um sumiço nos "piercings" e nas tatuagens.

E eis que, 
depois de dedicado esforço de desnudamento,
diante de mim quase surge
uma mulher!

Só falta agora abstrair-lhe o corpo,
(a última das armadilhas que disfarçam o ser feminino legítimo,
ofuscado e escondido dentro de si mesmo)
do qual a privo
- como de tudo mais -
em meu pensamento!

Então, nesse momento raro 
em que tenho diante de mim a essência, a chama, o extrato do perfume da flor,
a mulher completamente desnuda,
é que poderia existir a magia,
o milagre de encontrar aquele ser feminino magnífico,
com quem seria maravilhoso compartilhar afeto 
indefinidamente...

.............................................................................................

Mas esse momento, meu jovem,
esse momento, meu caro,
você não vai encontrar jamais
se fizer como eu fazia na minha juventude
e cometer a tolice de despir uma mulher
apenas de suas roupas!

Gilberto de Almeida
08/03/2013


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