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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A Paz que lhe desejo


A paz que lhe desejo
não é a paz exterior
em nenhum de seus sentidos;

não é a paz que vem do mundo,
porque o mundo,
neste estágio em que ainda imperam
a ignorância e o sonambulismo,
dorme sono agitado;

nem tampouco a paz de fachada,
do semblante sereno
que oculta um turbilhão interior.

Tudo isso é falso,
tudo isso é ilusão.

A paz que lhe desejo é outra.

É aquela que brota do conhecimento
de si mesmo
e, portanto,
da vontade firme,
da autoanálise,
da mágica da meditação.

A paz que eu lhe desejo amadurece
no solo ingrato das desilusões da vida real
e é filha
da capacidade de superação.

É uma paz que exige luta armada
contra as próprias mazelas interiores;

que exige derrotar inimigos ferozes
como o orgulho,
o egoísmo
e a vaidade
que, sei,
não perecerão sem resistência,
sem derramamento de sangue
próprio!

A vitória é o desenvolvimento
da sua capacidade de renunciar,
de renunciar a tudo que não importa
- que é quase tudo! -
e seguir feliz na vida
com o que você é,
trabalhando,
sem pensar em recompensa,
auxiliando e servindo
pelo privilégio bendito
de exercer o amor.

Depois disso,
o sono agitado do mundo será para você
inofensivo entorpecimento

e sua paz não será de fachada,
será conquista interior.

Essa paz é esforço
e não indolência.

Essa é a paz que lhe desejo,
e a mim também.

Gilberto de Almeida
13/01/2016


2 comentários:

  1. que lindo poema de exortação ...encontrarmos a pacificação do nosso próprio eu...medida segura de alcançarmos a tão almejada Paz Profunda.
    Um abraço

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  2. Gilberto,
    Ela foi desejada, e já vive nos corações iluminados.
    É essa mesma que lhe desejo também. Tão rica e pura.
    Os seus versos são uma doçura de olhos abertos :)
    Um grande abraço!

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