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domingo, 31 de janeiro de 2016

Poesia em pequenos versos


Por que é que escrevo tão pouco
em poemas pequeninos?
(nesse estranho, pobre e louco
suceder de desatinos?)

Por que é que eu me contento
com tão pouca poesia
se andar nas asas do vento
menos é do que eu queria?

Se a poesia é infinita
e resplandece no céu,
por que tolice se agita
minha alma, no papel?

Se a natureza garante
a exuberância formosa
da estrela mais radiante
ao perfume duma rosa,

da arquitetura da rocha
à beleza do poente
ou no amor que desabrocha
num coração descontente,

por que será que eu escrevo
composições sem valor,
sem fragrância e sem relevo
sobre a Voz do Criador?

Mas, porém, se fico atento,
uma voz  (não sei de onde!),
num sentido desalento,
entristecida responde:

- cada ser consegue, apenas,
dar daquilo do que é seu.
São pequenos, meus poemas,
porque pequeno sou eu!

Gilberto de Almeida
31/01/2016


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