Pesquisar neste blog

terça-feira, 24 de julho de 2012

Contrição

(Manuel Maria Barbosa Du Bocage)

Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel de paixões, que me arrastava:
Ah! cego eu cria, ah mísero eu sonhava
Em mim quase imortal a essência humana:

De que inúmeros sóis a mente ufana
Existência falaz me não doirava!
Mas eis sucumbe a Natureza escrava
Ao mal, que a vida em sua origem dana.

Prazeres, sócios meus, e meus tiranos,
Esta alma, que sedenta em si não coube,
No abismo vos sumiu dos desenganos.

Deus... oh Deus! Quando a morte a luz me roube,
Ganhe um momento o que perderam anos,
Saiba morrer o que viver não soube.


Nenhum comentário:

Postar um comentário