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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Nascemos para amar

(Manuel Maria Barbosa du Bocage)
                 Soneto LXXII

Nascemos para amar; a humanidade
Vai tarde ou cedo aos laços da ternura.
Tu és doce atractivo, ó formosura,
Que encanta, que seduz, que persuade.

Enleia-se por gosto a liberdade;
E depois que a paixão n’alma se apura,
Alguns então lhe chamam desventura,
Chamam-lhe alguns então felicidade.

Qual se abisma nas lõbregas tristezas,
Qual em suaves júbilos discorre,
Com esperanças mil na ideia acesas.

Amor ou desfalece, ou pára ,ou corre;
E, segundo as diversas naturezas,
Um porfia, este esquece, aquele morre.


 

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