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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Lei do afeto


Tereis, meu Deus, um dia, condenado
alguém a suportar, no mesmo teto,
a indiferença, o amor desenganado
que o faz sentir-se incômodo e incompleto?

Não, Pai! Jamais teríeis sancionado
tal comunhão de estranho desafeto;
o que há, talvez, é um laço sancionado;
o que há, quem sabe, é a força dum decreto!

Mas, Deus - Senhor da vida e dor humana -
perfeito!, justo e acima do que quero!,
a vossa decisão jamais se engana;

por isso a lei do afeto (não do destempero!)
é a Vossa Lei, a Fonte donde emana
o júbilo imortal do amor sincero!

Gilberto de Almeida
15/01/2013


4 comentários:

  1. Pôs uma verdade num belo poema, Gilberto. Mas acho que hoje também se tende a cair no extremo oposto ao "para sempre juntos, ainda que sem amor". Hoje parece que, ao mínimo desentendimento, parte-se logo para a separação. Já não há paciência para amar. Porque amar dá trabalho! Exige atenção, cuidado, gestos...

    Um abraço
    Ruthia d'O Berço do Mundo
    http://bercodomundo.blogspot.pt/

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    Respostas
    1. Concordo com você, Ruthia! Nem oito, nem oitenta, certo? Abraço, e obrigado por comentar!

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  2. Gilberto,
    Emocionou-me! Bom senso e sensibilidade em versos honestos e humildes.
    Obrigada por este momento!
    => Crazy 40 Blog

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