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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Proclamação aos surdos





Quisera proclamar a plenos brados
a eterna realidade reticente,
oculta, bem guardada por cuidados,
porém proclamaria inutilmente!

Inútil proclamar que, empacotados,

venenos aos milhares matam gente:
da amônia aos cancerígenos pesados,
nenhum composto inerte ou inocente!

Tolice! Não importa o que eu reporte

à alma desditosa e dividida
que, escrava da ilusão, sente-se forte,

se o tabagista - incauto e - sim! - suicida

- enquanto, prazeroso, traga a morte,
deliberadamente estraga a vida!

Gilberto de Almeida

26/06/2014


2 comentários:

  1. Que precisão poeta!
    Eu diria que és um poeta tipo "parnasiano".
    Somente aos poetas é dada tal percepção, tal condição de escrita.
    Persevere!
    Abraço fraterno.

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  2. Verdade, meu amigo. Tem muito de parnasiano no que escrevo (gosto do esmero e do ritmo). Mas, se você tiver curiosidade, dê uma passeada pelo blogue e vai encontrar também, algo de poesia concreta, de simbolismo, de contemporâneo... Um abraço e obrigado por comentar!

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